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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O meu amor morreu.
Sem dor, sem remorso.
Eu corria entre canteiros de margaridas brancas
quando o fato se deu.
E nesse instante em que destoa em mim
uma vaga tristeza de convalescente,
em alvoreceres de sábados esquecidos,
me vem à memória um desejo
de me sentar numa varanda, a sós
de frente para o pôr-do-sol
e tomar uma cerveja em calmo distanciamento.
Dirão alguns que meu verso é triste,
que minha boca destila veneno e tristezas
e desamores clamados ao vento.
Canto as coisas tristes, pois sim
eu as canto.
Canto porque não as posso sentir na carne.
Canto porque as queria muito no corpo e na alma.
Canto, porquanto ideais longínquos, inatingíveis.
Canto os desejos que não vivo.
As coisas boas e belas e puras
eu as vivo na presença do dia.