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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

sábado, 2 de junho de 2012

Gostaria eu de voltar a escrever, mas algo me aconteceu e não mais concateno meus pensamentos; minhas ideias até fluem mas não as coordeno mais, me escapam sem controle e um lindo verso que poderia gerar um belo poema simplesmente desaparece em meio a um turbilhão de imagens confusas e quando o procuro, foi-se, não está mais la.
É uma agonia, é massacrante. Essas ideias me acometem pela madrugada e depois não consigo mais dormir. Me assaltam no meio do dia e naquele momento são de uma clareza cristalina, para logo depois desvanecerem-se como fumaça ao vento. Havia algo em mim que solidificava essas imagens antes de transpô-las ao papel. Esse algo perdeu-se. Era a argamassa que unia as frases, e do conjunto fazia o edifício, pequeno que fosse, mas habitável. Não tenho mais isso, como o confeiteiro que perdeu a mão para fazer seus quitutes. Estou perdido. Sem poder me expressar pela escrita , algo me falta; um teto, um chão, um caminho seguro, um lar. Sei não, mas acho que não sou mais. Não sou.

Um comentário:

  1. olá!
    é assim!
    acontece tantas vezes, vai embora e deixa "um vazio cheio" de agonias.
    depois faz o favor de voltar quando lhe apetece e zomba da gente porque... só lhe dá vontade de estar onde não está, e assim logo logo desaparece de novo... por uns tempos...
    sei como é;)
    abraço, noite tranquila.

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Flavio Dutra.