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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

terça-feira, 3 de março de 2009

Por que não sabemos?

A alma gêmea não se esquece. Depois do encontro entre duas almas afins, os efeitos são indeléveis. Não se apagam mais e ainda que voltem a se separar, o desejo de voltarem a estar juntas permanece, talvez na forma de um vazio, de uma saudade dorida, de uma sensação profunda de perda, ou na necessidade urgente de uma busca que se sabe ser inútil, uma vez que o objeto da busca já foi encontrado. Por que não sabemos ter a paciência necessária um com o outro? Ter que aprender isso da forma mais difícil, com sofrimento e dor? Por que não parar um momento para respirar antes de tomar decisões drásticas que vão influenciar a vida pelos anos vindouros? Quanta coisa bonita , tantos momentos de felicidade, tantos planos se faz juntos! E quantas alegrias em cada descoberta de mais uma afinidade, tudo sempre renovado, os anseios, os sonhos mais íntimos, as preferências no dia a dia, cada concordância na maneira de ver a vida. O prazer de se saberem iguais. Almas gêmeas, sim, até nos momentos de crise, portando-se exatamente da mesma forma, infantilmente emotiva. Por que não aprender a usar de paciência para poder usufruir desse êxtase que só é dado às pessoas especiais, de conviver com a sua contrapartida? Seria tão pouco, fazer uma tentativa honesta, e o ganho seria imenso. Um pouco de paciência praticada no cotidiano e ter-se-ia o paraíso na terra.
Depois de terem se encontrado, o preço a pagar pela dádiva é aprender a ser paciente com o outro lado. Um preço irrisório que não se aceita pagar agindo como se a vida fosse eterna.
Há que se pensar nisso. Sem julgamentos. Com imparcialidade.
A vida não é um mar de rosas e as dificuldades são ferramentas que devem ser utilizadas nessa evolução. Assim, deve-se continuar passando por tropeços, quedas, ajudando-se mutuamente no caminho. Com compreensão, paciência, com a compaixão que vem do entendimento, pode-se galgar os obstáculos que vão aparecendo. Só é necessário estar juntos, em todos os momentos. Nunca abandonar o outro à beira do caminho quando ele tropeçar, mas dar a mão e ajudá-lo a se levantar. Seguindo em frente como um corpo único.
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Como disse Drummond, “ se você pode explicar o que sente , não ama, pois o amor foge a todas as explicações possíveis.”

O que não explico, é como você faz parte de mim. Tirar você, é como me cortar um pedaço, é ficar sem um órgão vital, é sangrar sem controle como numa hemorragia. Respiro mal, fico doente, o coração entra em descompasso, a pressão baixa dois níveis, o cérebro não pensa, o mundo fica envolto numa névoa, a visão fica turva; resumindo, fico doente.
Você é minha vida, literalmente. E eu que não sabia disso há pouco tempo, vivia na inocência, na felicidade da ignorância. Agora que sei, ignoro como voltar ao estado anterior.
Na verdade, bem sei que não há retorno.