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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

sábado, 25 de setembro de 2010

E a busca prossegue...
pelo caminho, sorrisos e promessas
e fantasmas que se vestem de realidade.
Sorrisos e lágrimas inúteis preenchem meu caminho;
nada me dizem, afinal
entre a multidão que me atravanca os passos,
aquela que busco ainda me parece perdida.
Saberá ela que busco? que não desisti  do encontro?
E sentando-me para um descanso
da azáfama do dia
me lembro dos seus olhos profundos como o mar
num dia de calmaria
e minha esperança se renova
meu coração se inflama num respirar profundo
e prossigo, olhando, olhando...
sobre todas as cabeças, todas as mentes mentirosas.
E a busca prossegue...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

kevincooley8Ela estava sentada ali havia horas, o livro no colo, concentrada demais na leitura, os cabelos caindo sobre o rosto. Mal percebeu quando entrei e me sentei na poltrona, no canto mais afastado. Depois de um interminável minuto de silencio levantei-me  e caminhei pela sala sem vontade. O crepitar do fogo na lareira tinha um som distante e já não familiar. Parei na janela olhando a cidade e as árvores cujas folhas eram agitadas pelo vento úmido de julho.A vida seguia seu curso indiferente às pequenas e insatisfeitas vontades que surgiam, morriam e renasciam num pequeno bangalô de subúrbio.
Voltei-me olhando com insistência seu perfil sério e distante. Aproximei-me delicadamente sentando-me o mais próximo que me permitiu o temor de entrar no seu silencio. Depois de um momento olhando calado, afastei com cuidado uma mecha de cabelos e beijei seu rosto. Me olhou de relance com um olhar vago e um sorriso que apenas passeou pelos lábios. Seus olhos voltaram ao livro e eu fiquei ali, o tempo suficiente para que a dor aguda que inflou meu peito amainasse. Depois, silenciosamente levantei-me, abri a porta e sai. Na rua o vento soprava , frio e úmido, eternamente.

domingo, 5 de setembro de 2010

Minha vida é um livro
fechado
repleto de ensinamentos herméticos
e dádivas para quem ali se aventura.
Poucos passaram da introdução,
muitos foram além
mas não abriram o capítulo do coração.
Ali ha uma chave, um segredo criptografado.
E eu aqui sentado, de frente para você
ansioso por ter-te guardada aqui, no meu intimo
te ofereço todas as chaves, todas as senhas
para que o abra,
e conheça o mais importante de mim
e quem sabe talvez, é minha esperança, 
você se deslumbre com o que descobrir.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ouvindo um canto medieval que me vai aquecendo o coração
enquanto me sento serenamente, olhando o sol
atravez de uma nuvem de aço,
me aconchego nos acordes sonoros que vêm da sala.
Enquanto isso
uma saudade enorme, tão intensa! quase insuportável...
leva meu olhar a vagar pelo crepúsculo
numa busca inútil de algo que foi
e nunca mais será novamente!