Correm as horas pela manhã já fria,
e no dia cinza, la fora, a chuva entristece os cães da rua.
Da minha janela, janela da alma
vejo soturnas figuras encurvadas
caminhando sem vida e nenhuma dor que as traga de volta.
Silencio sobre papiros antigos
e em meio a rascunhos amarelos
ando à procura de vida.
Nenhum traço de sabedoria, nos homens que passam,
nenhum gracejo nas paginas de histórias antigas.
Apenas eu observando sobre a efemeridade do mundo
as coisas passageiras, como essas imagens encurvadas
e estas cartas de vidas quebradiças que se foram.
Uma voz me chama do interior da casa
e à distancia um rosto, a fitar-me com candura,
enquanto um sorriso de garoto incendeia meus olhos.