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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

sábado, 30 de maio de 2009


Meu sonho tornado real...
Você é eu,
uma projeção da minha mente
materializada em pele e sentimentos
a olhar-me assim das profundezas do tempo
delicada inocência primeva
bela como um conto de fadas
e eu, encantado príncipe
olhando teus olhos a dizerem "amor"
me faço menino, e num sonho
descansando a cabeça em teu seio
me deixo envolver nos teus braços
embalado na paz do teu ser.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Passa-me o tempo assim, como quem nada quer.
Como água corrente de riacho frio no inverno.
E frio escoa o tempo, sem intempéries.

Queria de volta o tempo de dilúvios
e terremotos.
Em que a vida vinha cheia de armadilhas
e eu passava as horas na espreita
do melhor momento de pular o muro
e roubar as laranjas maduras e doces
do vizinho que me espreitava por trás dos bambus.

Era o tempo da tocaia, do conluio entre camaradas.
A mãe poderia vir de cinta na mão; e ai...
fugir era impossível.
Aceitar o chicote com um sorriso amarelo, era o desenlace
para os incautos que não cuidavam no fazer com cautela.

Vinha o dia de festa na lagoa
pois era domingo.
Escondido, sim. Nadar na lagoa era impensável.
Mas oh! que tardes sadias de ócio e prazer
às margens da água misteriosa e escura,
onde o espaço era disputado com os patos
e alguns marrecos minguados.
Os bois pastavam ali ao lado
e entre um mugido e outro, os olhos fechados
com o sol acariciando a pele, um langor dormitando no corpo,
a tarde se esvaía em gritos, em risadas largadas,
em sons de pássaros como crianças.


Vez ou outra, um "matar a aula" da escola
e o fugir da vizinha que tudo delatava.
Perigo! Se ela vê... perdição!
Castigo. Joelhos no milho num canto da sala.
Duas horas de martírio
e uma vigília durante a Salve Rainha do terço.


O segredo da menina que sempre paciente,
mostrava as pernas abertas na consulta do "médico".
Um segredo que excitava, era loucura e era bom,
um cheiro gostoso que inebriava.
Sem dor, sem pejo, apenas descobertas...
E o segredo era tudo.

E o tempo das intempéries se foi.
Sem mais armadilhas, sem mais passarinhos,
tudo calmo e santificado
nos dias comportados que se vão também.

E os dias dos sustos, das surras merecidas como prêmios,
ficou na memória dos carecas barrigudos
que agora, apenas ouvem musica com ar sonhador.

domingo, 17 de maio de 2009


Habito ainda a terra dos gentios,
falta-me o ardor fervoroso dos profetas de Deus
e a oferenda nos altares ornados de ouro.

Corro em campo aberto, no peito a nudez impune
e a inocencia da palavra atirada a esmo
irreverente, ferina, ou melodiosa e terna.

Não há maldade no meu gesto.
Carrego comigo a crueza das palavras
e a franqueza inconsequente do ignorante.

E mesmo sem o fervor do crente
me ajoelho com frequencia
pedindo perdão, como escravo da treva
ao espírito que me conduz.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Olhando tuas fotos...
como você está linda nelas...
teu rosto tem uma aura que me atrai...
meu olhar fica parado...
o cérebro desliga uma parte....
e só tento sentir vc...
tento imaginar tua proximidade...
teu toque...
tua pele...
teu abraço...
teu cheiro...
tua voz...
o som do teu riso...
e o que mais queria...
o brilho dos teus olhos...
perto, tão perto...
que eu sentisse o teu hálito...
a tua respiração.
E bem pertinho...
o bastante...
pra sentir teu coração.

sexta-feira, 8 de maio de 2009



Ah...meus dias insanos! Esses dias insanos!
E bem pouco se passou... meu coração jazia além
morto
no coração de alguém.
E ainda
que bem já teria apodrecido
mas ressuscitado
numa sobrevida
gozou de momentos lúbricos.

Insanos dias esses
de deleite e desonra
num mesmo instante.

Luxúria,
amor e pecado
prazer, concupiscência,
e desprezo fatal.

O fim.

Me encanta o meu riso
convalescente e tímido
depois dos estertores da dor.

Me encanta o meu riso
quão fugaz ele seja
temeroso e frágil.

Me encanta o meu riso
brotando no peito
agradável chama me aquecendo.

Me encanta o meu riso
como uma flor
renascendo
na pedra endurecida
da lava do vulcão.

Meu riso amanhã vai ecoar
pela casa
e como o vento no verão
vai entrar em cada vão
em cada gaveta de memorias arquivadas
ecoará nas pedras da rua
e as crianças olharão espantadas
e exclamarão atônitas:

- Olha! ele está feliz!

Lembranças me vêm, de algures
como algo de que perdi a memoria.
Alguma coisa estava aqui um momento atrás
e se foi, assim, apagou-se!
sem que eu me desse conta.
Era um acontecimento! isso sei ainda
ao qual minha vida estava irremediavelmente atada.
Não o tenho mais, o momento
e o segredo que ele guardava.

E os risos
os risos sonoros e cálidos
claros e puros como um canteiro de margaridas
onde meu coração passeava
nas faceiras manhãs de domingo...

Silencio.
Manhãs sem musica,
sem vibração de vozes costumeiras
E contudo ainda lembranças
me vêm como relâmpagos.

O esquecimento é isso.
Uma amargura sem nome
um despertar sem cor
como uma folha de onde se apagou a escrita
e a escrita era poesia
a poesia era acalanto
que embalava a vida.



domingo, 3 de maio de 2009


Amo mais a ti, minha musa adorada

que me inspira, que me rouba o sono

que me leva tudo, me deixando nu

transparentes

eu e minha alma

solícitos e servís.