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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Inalcançável.

Não sei o que se passa comigo. Estou estranho, meio no ar, triste, sem chão. Quando era criança tive uma febre de uma semana da qual saí muito debilitado. Meus pensamentos pareciam ser de outro. Eles vinham e iam em ondas e era como se eu assistisse tudo à distancia. Tentava sair para brincar e só conseguia ouvir os gritos dos amigos como se fosse de dentro de uma bolha. É a sensação que tenho hoje. Tudo começou depois que olhei pra você. É mais do que esperava. Fiquei chocado. Por quê? Me senti um animal solitário na imensidão da estepe do Cazaquistão numa noite de lua cheia. Uma lua brilhante, de prata, linda, perfeita num céu estrelado, e torturantemente próxima. No meu desejo de tocá-la, no desvario da certeza do impossível só poderia uivar, e se possível fosse, uivar até que minhas forças se esgotassem e eu caísse morto. A figura é exagerada mas é a verdade. Gostaria de saber o que está no fundo, coberto pela calmaria da superfície. Você é um mistério. Poucas pessoas te conhecem de verdade. Pois você é de uma complexidade à prova de qualquer exame superficial. Está só. Como todos os solitários sonha com aquela pessoa que está em algum lugar e que ainda não chegou. Porque é da natureza humana não ser sozinho. Só te falta amor. Amor verdadeiro, sublime, abnegado.
E como eu gostaria de te dar tudo isso! Estar na tua presença como a peça que faltava para completar esse complexo quebra-cabeças que é você.
Mas para o lobo, a lua é inalcançável.