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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Hiroshima 8:15


Oh! Hiroshima, Hiroshima!
Por que te esquecestes de mim?
Eu pairava sobre teu povo e dormitava em suas esteiras
ao raiar do sol das 8 e 15, aquele dia.
Me surpreendo ainda olhando no passado
eu estava no berço e chorava pelo seio materno,
onde minha mãe? onde? onde os braços protetores?
Onde os homens que usurparam minhas asas
para com outras
metálicas, de duro brilho sobre meus ombros
duros algozes,
virem queimar minha relva no meu jardim
e trucidar minhas papoulas inocentes e úmidas no amanhecer?
Venham homens do poente com vossos encouraçados estúpidos
quero ofertar-lhes o meu perdão!
Oh! Hiroshima! Hiroshima!
Lembra-te de mim ainda!
Lembra-te de mim em todas as pedras calcinadas de teus prédios
de teus muros, da cada calçada
onde ouviram apressados e sem rumo
meus passos
naquele dia.
Lembra-te de mim que ainda procuro aqui o meu jazigo,
meu leito que não me destes, porque ainda vivo eu em ti.


Presságio

Veio o vento soprando coisas novas em meus ouvidos,
segredos e canções,
e trazendo um aroma da serra.
.k&p.
Trouxe consigo um jeito novo para meu sorriso
e cristalizou um novo brilho em meu olhar.
É por isso que meu coração salta na garganta
quando sinto esse vento em meus cabelos
e meus olhos se fecham
numa revolução de sentidos, emoção e fé.
Veio entregar-me, cansado e trôpego,
em redemoinhos maltrapilhos,
um novo sonho, uma nova crença
solevando minhas pálpebras tão áridas
para que eu possa olhar acima e além, e ainda mais alto,
e sorrindo entre lágrimas incrédulas dizer:
- Estou aqui! Meu sonho...eu vou!