Todas as manhãs eu perco um minuto a mais de caminho
a esperança personificada passando pela rua
a sentir, mesmo a certa distancia
nas paredes lisas e indiferentes,
nas cortinas por trás do vidro da janela,
no arbusto que cresce no jardim defronte ao teu quarto
a tua presença no mundo que te rodeia.
Percebo teu olhar nos meus ombros
lançando dardos pela fresta da cortina.
Não olho, ou apenas olho de soslaio
e sigo em frente, coração aos pulos, desejoso, sonhador
em passos lentos me distancio
esperando, esperando...
que tua voz, num desses dias de céu azul e sol dourado
num timbre cristalino, altissonante
grite enfim o meu nome.