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Eu me contradigo? Pois bem, eu me contradigo. Sou vasto, contenho multidões. (W.Whitman)

sábado, 26 de março de 2011

Já na aurora, não vivo
sinto raiva de tudo
meu dia se arrasta em tarefas imensas
receio tudo, tudo é fardo, é dor
o desleixo, o despropósito do abandono
o cair a cada minuto, desacreditado
a tentativa vã da retomada no rumo certo
a desistência a cada hora fatigante.
O querer sair e ficar, atônito
o ficar e querer sair, atônito.
Uma vontade de nada
um choro que não vem
uma agonia sem nome
um atordoamento de limbo
um desistir de sonhos.
A desistência e enfim o sono pesado da fuga.

E quando me assalta a descrença
e me entrego nessa morte cotidiana
teu sorriso vitorioso me alcança ao fim do dia
resgata-me do abismo
e mais um dia é vencido,
os temores afastados,
serei novamente criança, por mais uma noite
até o alvorecer.

2 comentários:

  1. Li vários textos, são muito bons, ao ler esse eu me lembrei de uma frase de Guimarães Rosa, quase no final do Grande Sertão, a frase é esta:"Foi assim. Eu tinha me debruçado na janela, para poder não presenciar o mundo."

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  2. São as pessoas fazendo toda a diferença... Na verdade, nem precisamos de pessoaS, nos basta uma só.

    Mais um belo post.

    Abraço!

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É sempre um prazer receber amigos.
Imensamente agradecido por sua visita.
Flavio Dutra.