Ouvidos que não atingiram a capacidade auditiva de um Villa-Lobos,
se restringindo à audição das popularescas obras de Beethoven
e de um Tchaikóvsky costumeiro e bem conhecido da população
dizem de mim o que sou e não o que pretendo ser.
Ando nas rodas dos mercados, entre pedreiros e pintores de paredes
feirantes que gritam as virtudes da mercadoria exposta
ensolaradas manhãs dominicais
ou nos bares onde se reúnem no final de um dia estafante
a massa operante dos homens que constroem vidas,
que as mantêm, e sem saber ao certo a quê vêm.
Meu coração me segue, como um cãozinho domesticado.
Meus desejos, ele os aceita e vibra em uníssono comigo,
mente o corpo sabendo de antemão o que virá depois.
E ele, que nada sabe das divas,
ama sobretudo estar em casa
ao lado da única mulher que lhe apraz de fato
querida, meiga, sonhadora, amante nas horas maduras da noite
terna mãezinha querida e sorridente
enamorada perene me elevando num altar de deuses
quando eu a envolvo carinhosamente
em raios fulgurantes partindo do meu olhar cativo.
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É sempre um prazer receber amigos.
Imensamente agradecido por sua visita.
Flavio Dutra.